Parotidectomia
A saúde das glândulas salivares é fundamental para o bom funcionamento da nossa boca e garganta. Dentre essas glândulas, a parótida desempenha um papel importante na produção de saliva, essencial para a digestão e manutenção da saúde bucal. Quando surgem problemas como infecções, inflamações, obstruções, tumores ou nódulos na parótida, a parotidectomia pode ser a solução necessária.
Neste post, a Dra. Christiana Vanni, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, explica tudo o que você precisa saber sobre a parotidectomia, suas indicações, técnicas cirúrgicas, cicatrizes e cuidados pós-operatórios.
O Que é a Glândula Parótida?
Antes de falarmos sobre a parotidectomia, é importante saber o que é e onde fica a parótida. A parótida é uma das principais glândulas salivares do corpo humano, localizada logo abaixo e à frente das orelhas, estendendo-se até a região mandibular, na face.
Ela desempenha um papel importante na produção de saliva, que contém enzimas essenciais para a digestão de certos alimentos e contribui para a manutenção da saúde bucal. A parótida possui ductos que transportam a saliva para a boca, o que facilita esse fluxo, mas também a torna suscetível a infecções, entre outras condições médicas, que podem necessitar de intervenção cirúrgica.
O que é Parotidectomia?
A parotidectomia é um procedimento cirúrgico especializado, destinado à remoção total ou parcial da glândula parótida.
Esta cirurgia é frequentemente indicada para tratar tumores na parótida, sejam eles benignos, como o adenoma pleomórfico da parótida, ou malignos, como o câncer de parótida. Vamos conhecer melhor os principais casos para indicação da cirurgia de parotidectomia abaixo:
Nódulo na Parótida
Nódulos benignos de parótida são os tipos mais comuns entre as glândulas salivares. Esses nódulos tendem a crescer lentamente e de forma indolor, permitindo que sejam detectados durante exames de rotina ou devido a um aumento gradual no volume da glândula.
Esses nódulos tendem a crescer lentamente e de forma indolor, permitindo que sejam detectados durante exames de rotina ou devido a um aumento gradual no volume da glândula.
Nódulo na Parótida: É Grave?
Um nódulo na parótida pode ser um indicativo de diversas condições, tanto benignas como malignas, por isso, sua presença é sempre preocupante. Alguns nódulos podem ser sinais de câncer de parótida, especialmente se apresentarem características como rigidez, fixação aos tecidos adjacentes, dor, paralisia facial ou crescimento rápido.
Devido à dificuldade de determinar a natureza exata de um nódulo apenas por exame clínico, a remoção cirúrgica é necessária tanto para diagnóstico quanto para tratamento. Durante a cirurgia, o nódulo é removido e submetido a uma análise histopatológica (biópsia), que permite identificar se ele é benigno ou maligno.
Todos os nódulos na parótida (de maneira geral, das glandulas salivares), devem ser tratados, pois mesmo os benignos podem se tornar malignos, e o diagnóstico citológico não é 100% confiável.
Adenoma Pleomórfico da Parótida
O adenoma pleomórfico da parótida é o tumor benigno mais comum das glândulas salivares, representando aproximadamente 60% de todos os tumores dessa região. Caracteriza-se por um crescimento lento e geralmente indolor, o que faz com que muitas vezes seja descoberto apenas quando atinge um tamanho que causa desconforto ou alterações estéticas na face. Apesar de ser benigno, o adenoma pleomórfico pode crescer gradualmente e, em casos raros, pode transformar-se em uma condição maligna.
A parotidectomia é indicada para remover o tumor completamente, minimizando o risco de recorrência e permitindo uma análise detalhada para confirmar sua natureza benigna. A cirurgia é cuidadosamente planejada para preservar ao máximo as estruturas adjacentes, incluindo os nervos faciais, que são essenciais para a função muscular da face.
A remoção completa do adenoma pleomórfico garante que todas as células tumorais sejam eliminadas, promovendo uma recuperação eficaz e evitando futuras complicações.
Câncer de Parótida
O câncer de parótida é uma condição mais rara, porém mais grave, que envolve o desenvolvimento de tumores malignos na glândula parótida. Esses tumores podem se espalhar para tecidos adjacentes e outras partes do corpo, tornando a remoção completa ou subtotal da glândula parótida essencial para prevenir a disseminação do câncer (metástase).
O tratamento geralmente requer a realização de uma parotidectomia total, que inclui a remoção de toda a glândula parótida juntamente com qualquer tecido tumoral envolvido. Além disso, pode ser necessário remover linfonodos próximos para garantir que todas as células cancerígenas sejam eliminadas.
O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de um tratamento bem-sucedido e melhorar o prognóstico do paciente. Após a cirurgia do câncer de parótida, o acompanhamento pós-operatório é necessário para monitorar possíveis recidivas e, se preciso, podem ser indicados tratamentos adicionais como radioterapia ou quimioterapia.
A Dra. Christiana Vanni, com sua vasta experiência em cirurgia oncológica de cabeça e pescoço, assegura que cada caso de câncer de parótida seja tratado com a máxima precisão e cuidado, proporcionando ao paciente a melhor chance de recuperação e bem-estar.
Para saber mais sobre o Câncer de Glândulas Salivares, clique aqui.
Cálculos Salivares e Outras Condições Médicas
Além dos nódulos e tumores, outras condições médicas podem afetar a glândula parótida com indicação para a parotidectomia.
Infecções crônicas, como a parotidite, podem causar inflamação persistente e formação de abscessos que não respondem a tratamentos conservadores, necessitando a remoção da glândula para prevenir complicações sérias.
Cálculos salivares, que são pequenos depósitos minerais que podem obstruir os ductos salivares, também são uma causa comum de dor na região da parótida com evolução para edema e infecção, chamada parotidite por sialolitiase. Quando os cálculos não podem ser removidos por métodos menos invasivos (sialoendoscopia), a parotidectomia pode ser indicada para tratar a condição de forma definitiva, aliviando os sintomas e prevenindo novas obstruções.
Cistos, que são pequenas bolsas cheias de líquido ou material semissólido, podem se formar na parótida e, dependendo do seu tamanho e localização, podem precisar ser removidos cirurgicamente para aliviar sintomas e prevenir infecções recorrentes.
Cada uma dessas condições requer uma abordagem específica e personalizada, garantindo que o tratamento seja eficaz e seguro para o paciente. Se você tem sintomas de inchaço no rosto, dor ou já teve o diagnóstico para alguma dessas condições, entre em contato com a Dra. Christiana Vanni para uma avaliação assertiva sobre o melhor tratamento para o seu caso.
Tipos de Parotidectomia
Existem dois tipos de parotidectomia, dependendo da extensão da condição a ser tratada:
Parotidectomia Total
A parotidectomia total envolve a remoção completa da glândula parótida. Este procedimento é geralmente indicado para tumores malignos ou quando há múltiplos nódulos na glândula.
A cirurgia total pode proporcionar uma remoção mais completa do tecido afetado, reduzindo o risco de recidiva do tumor. Sempre que possível, busca-se preservar o nervo facial, responsável pela motricidade do rosto, que está anatomicamente localizado entre as porções superficial e profunda da glândula parótida. A preservação desse nervo é essencial para manter as funções musculares faciais e evitar paralisias que podem afetar a expressão facial e a qualidade de vida do paciente.
Parotidectomia Parcial
A parotidectomia parcial consiste na remoção de apenas uma parte da glândula parótida, superficial ou profunda. É indicada para casos de tumores benignos isolados ou para remover nódulos específicos sem a necessidade de remover toda a glândula. Este procedimento preserva a maior parte da função e do tecido da glândula parótida.
Como a Parotidectomia é Feita?
A parotidectomia é realizada em ambiente hospitalar e sob anestesia geral. Existem diferentes técnicas de acesso à glândula, do procedimento convencional à cirurgia por via retroauricular, com assistência robótica. Cada técnica oferece benefícios específicos em termos de precisão e estética.
Cirurgia da Parótida Convencional
As técnicas convencionais de parotidectomia envolvem a realização de uma incisão na região da glândula parótida, próxima à orelha, seguindo as linhas naturais da face para minimizar a visibilidade da cicatriz. Esta abordagem permite ao cirurgião um amplo acesso à glândula, facilitando a remoção completa de tumores, sejam eles benignos ou malignos.
A parotidectomia convencional pode ser realizada utilizando diferentes técnicas de incisão, como a Patey (figura 1), que segue um trajeto curvo abaixo da orelha até o pescoço, ou a incisão de lifting facial (figuras 2 e 3), que busca uma abordagem mais estética, ocultando a cicatriz nas dobras naturais do rosto, proporcionando melhores resultados cosméticos. Em alguns casos o acesso com incisão Patey pode ser realizado de forma minimamente invasiva, resultando em cicatrizes menores com melhor resultado estético pós procedimento.
Cirurgia Robótica da Parótida, com Acesso Retroauricular
Com o avanço da tecnologia, o acesso retroauricular tornou-se uma opção cada vez mais adotada pelos cirurgiões. Nesta técnica, a incisão é feita atrás da orelha, seguindo a linha do cabelo, o que ajuda a ocultar a cicatriz em uma área menos perceptível.
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Parotidectomia robótica com acesso retroauricular
O acesso retroauricular proporciona uma exposição adequada da glândula parótida enquanto melhora significativamente a estética pós-operatória, reduzindo a visibilidade da cicatriz. Esta abordagem é particularmente vantajosa para pacientes que valorizam a aparência estética após a cirurgia, já que a cicatriz se camufla naturalmente sob o cabelo.
A parotidectomia assistida por robô (cirurgia robótica da parótida) é um procedimento minimamente invasivo que oferece uma precisão ainda maior durante o procedimento. Utilizando sistemas robóticos avançados, o cirurgião pode realizar incisões mais precisas, resultando em cicatrizes com melhor resultado estético.
A assistência robótica permite uma melhor visualização das estruturas anatômicas, garantindo a remoção completa do tumor com menor impacto nos nervos faciais. Esta técnica também pode reduzir o tempo de recuperação e minimizar o trauma nos tecidos circundantes, proporcionando uma recuperação mais rápida e confortável para o paciente.
Após a remoção do tumor, independentemente da técnica adotada, a incisão é fechada com suturas finas, e um curativo é aplicado para proteger a área operada. A escolha entre parotidectomia total ou parcial depende da natureza e da localização do tumor, bem como da saúde geral do paciente.
Cicatriz de Cirurgia da Parótida
A cicatriz resultante de uma parotidectomia é inevitável, mas a Dra. Christiana Vanni utiliza técnicas avançadas para minimizar sua visibilidade e promover uma cicatrização estética. A abordagem cirúrgica escolhida influencia diretamente a aparência final da cicatriz.
Como mencionado anteriormente, na técnica convencional, a cicatriz tende a ser mais visível devido à incisão mais ampla necessária para a exposição da glândula parótida e dos nervos faciais. Em contraste, o acesso retroauricular e a parotidectomia assistida por robótica permitem incisões menores e estrategicamente posicionadas, tornando a cicatriz menos perceptível e mais discreta. A depender do caso há a possibilidade de ser feita uma cicatriz minimamente invasiva, extremamente pequena e discreta.
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Parotidectomia minimamente invasiva
A cicatriz resultante da parotidectomia tende a se tornar menos visível com o tempo, especialmente quando técnicas avançadas como o acesso retroauricular e a assistência robótica são utilizadas, permitindo uma cicatrização mais rápida.
Recuperação Pós-Parotidectomia
A recuperação após uma parotidectomia depende da extensão da cirurgia e da técnica utilizada, mas geralmente segue algumas etapas fundamentais.
Nos primeiros dias após o procedimento, o paciente permanece no hospital para monitoramento, controle da dor e prevenção de complicações como infecções ou sangramentos. Durante esse período, é essencial seguir as orientações médicas rigorosamente, mantendo a incisão limpa e evitando esforços físicos que possam comprometer a cicatrização.
Nas semanas seguintes, o foco principal é a recuperação das funções faciais e a cicatrização da incisão. É comum sentir algum desconforto e rigidez nos músculos faciais, o que pode ser aliviado com fisioterapia facial. Além disso, é importante evitar movimentos bruscos e proteger a área operada contra irritações externas.
A maioria dos pacientes consegue retomar suas atividades cotidianas dentro de 1 a 2 semanas após a cirurgia. No entanto, atividades mais intensas ou que envolvam esforço vocal devem ser reiniciadas gradualmente, conforme orientação médica.
A recuperação completa pode levar de 3 a 6 meses, durante os quais o paciente continuará a acompanhar seu progresso com a Dra. Vanni, garantindo que a função facial seja restaurada adequadamente e a cicatrização seja efetiva.
Técnicas modernas minimizam esse tempo de recuperação, e também promovem uma recuperação mais confortável para o paciente.
A Dra. Christiana Vanni oferece um acompanhamento personalizado durante todo o processo pós parotidectomia, utilizando as mais recentes tecnologias e abordagens terapêuticas para garantir que cada paciente alcance a melhor recuperação possível, preservando as funções faciais e vocais essenciais para a qualidade de vida.
Riscos da Parotidectomia
Embora a parotidectomia seja uma cirurgia considerada segura, como qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos envolvidos, incluindo:
- Infecção: Embora rara, pode ocorrer infecção na área operada.
- Sangramento: Hemorragias são possíveis, exigindo atenção imediata.
- Fístula Salivar: Pode haver vazamento de saliva na área operada.
- Lesão do Nervo Facial.
- Síndrome de Frey (sudorese gustatória): Ocorre quando, após uma cirurgia ou lesão na região da glândula parótida, as terminações nervosas que controlam a salivação se regeneram de forma inadequada, formando novas conexões com as glândulas sudoríparas da pele. Como resultado, ao comer ou pensar em alimentos, em vez de apenas produzir saliva, a pessoa também pode suar na área da pele que foi operada.
Um dos principais riscos é a lesão do nervo facial, que pode resultar em fraqueza ou paralisia temporária ou permanente dos músculos faciais. Para mitigar esse risco, a Dra. Christiana Vanni utiliza monitorização intraoperatória avançada durante a cirurgia.
Essa técnica envolve o uso de sistemas de monitoramento eletrofisiológico que permitem a visualização em tempo real da atividade elétrica do nervo facial enquanto o cirurgião trabalha na glândula parótida. Ao identificar a localização precisa do nervo facial durante a operação, a monitorização intraoperatória auxilia na sua preservação, reduzindo significativamente a possibilidade de danos acidentais.
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Foto de cirurgia de parótida (parotidectomia). 1 - Nervo facial; 2 - Nervo auricular magno; 3 - Remanescente de tecido parotídeo
Além disso, essa abordagem aumenta a segurança do procedimento, proporcionando ao paciente uma maior confiança na preservação das funções faciais essenciais. A combinação de experiência cirúrgica e tecnologia de ponta assegura que os riscos sejam minimizados, promovendo resultados estéticos e funcionais excelentes para cada paciente.
Com vasta experiência em cirurgias de cabeça e pescoço, a Dra. Christiana Vanni, minimiza esses riscos através de técnicas cirúrgicas precisas e uma monitorização operatória rigorosa.
Cirurgião de Cabeça e Pescoço
Se você está enfrentando sintomas como um nódulo na parótida, voz rouca ou qualquer alteração na região da glândula parótida, é essencial procurar um médico especialista em cabeça e pescoço.
A Dra. Christiana Vanni está disponível para realizar uma avaliação detalhada e discutir as melhores opções de tratamento para o seu caso. Agende sua consulta!
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Texto escrito por:
Dra. Christiana VanniMédica Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço
CRM/SP 120.060 - RQE 31.305
A Dra. Christiana Vanni é Médica Cabeça e Pescoço especialista em cirurgia e tratamentos oncológicos pela FMABC, pós graduada em Cirurgia Robótica de Cabeça e Pescoço pelo Hospital Israelita Albert Einstein, possui título de Doutorado pela FMUSP.
Cirurgia Robótica, Reconstrução e Tratamentos Oncológicos
Excelência em diagnósticos e tratamentos precisos, com técnicas cirúrgicas modernas e tecnologia de ponta.
Atendimento particular nos consultórios da Vila Mariana e Itaim Bibi e também na modalidade on-line, para pacientes em todo o Brasil e exterior. Credenciada nos melhores hospitais de São Paulo/SP, com ampla atuação na cidade.
Perfil: Conheça a Dra. Christiana Vanni
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/0015992915263064
Doctoralia: https://www.doctoralia.com.br/christiana-vanni
Linkedin:
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