Para Que Serve a Tireoide?

A função da tireoide é de grande importância para o organismo desde a formação do feto até a idade avançada, pois ela é responsável pela produção dos hormônios T3 e T4, triiodotironina e tiroxina, que regulam o metabolismo, ou seja, determinam a forma como o corpo humano usará sua energia e fará sua regulação, o que chamamos de homeostase.

Estatísticas de Doenças da Tireoide

Estima-se que 1,6 bilhão de indivíduos no mundo tenham alterações na tireoide, sendo que maioria deles está em países em desenvolvimento, Ásia, África e América Latina. Existe uma maior incidência de disfunções tireoidianas em mulheres, sendo que 1 em cada 8 mulheres desenvolverão enfermidades ao longo da vida.

Segundo a American Thyroid Association, até 60% de pessoas que possuem distúrbios da tireoide convivem com seus sintomas sem chegar a ser diagnosticadas.

No Brasil, a incidência de problemas da tireoide é de 15% na população acima de 45 anos.

Causas do Hipotireoidismo

O hipotireoidismo geralmente ocorre a partir da deficiência de iodo, mas também existem outras causas, sendo as mais comuns:

• Hipotireoidismo congênito, uma doença que ocorre na maioria dos casos por malformação durante a embriogênese (fase da formação do embrião) e que atrapalha o desenvolvimento cerebral do feto. A doença pode ser identificada através do teste do pezinho, um dos exames realizados na triagem neonatal. O hipotireoidismo congênito leva à deficiência mental do recém-nascido, denominada “cretinismo”;
• Se desenvolver a partir da tireoidite linfocítica crônica, conhecida como a Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune onde os anticorpos atacam a tireoide, gerando a redução da glândula e alteração na produção hormonal;
• No tratamento para hipertireoidismo (excesso de produção de hormônios da tireoide), que é a condição oposta ao hipotireoidismo, os níveis hormonais devem ser equilibrados e podem cair além do necessário, incorrendo no quadro de hipotireoidismo;
• Pacientes que fizeram cirurgia de remoção total ou parcial da glândula, para retirada de tumores por exemplo, perdem a capacidade de produção natural dos hormônios tireoidianos, levando a um quadro de insuficiência que requer tratamento de reposição hormonal da tireoide;
• Tratamentos de câncer com radioterapia podem gerar hipotireoidismo como efeito colateral;
• Tratamentos com iodo 131 (iodoterapia);
• O uso de certos tipos de medicamentos que podem afetar a produção dos hormônios da tireoide, como o lítio, por exemplo;
• Malformação da tireoide;
• Obesidade;
• Menopausa;
• Depressão.

Fatores de Risco para o Hipotireoidismo

Os principais fatores de risco para desenvolver hipotireoidismo são:

• Sexo feminino: pesquisas apontam que na população adulta brasileira o hipotireoidismo afeta mais as mulheres (15%) do que os homens (3%);
• Idade superior a 60 anos;
• Período pós menopausa;
• Ser portador de doença autoimune ou ter histórico familiar de;
• Ter feito ressecção total ou parcial da glândula tireoide;
• Ter feito tratamento com radioterapia ou iodoterapia;
• Uso de determinados medicamentos que interferem no funcionamento da tireoide;
• Ser gestante ou ter concebido nos últimos 6 meses;
• Obesidade;
• Sedentarismo.

É Possível Prevenir o Hipotireoidismo?

Para a formação adequada dos hormônios da tireoide é recomendado adotar uma alimentação saudável e balanceada, rica em fibras e alimentos antioxidantes como acerola, abóbora, morango, laranja e abacate.

Também fazem parte da dieta para prevenção do hipotireoidismo os alimentos que contém os minerais zinco, selênio e cobre como a carne vermelha, derivados do leite, castanhas e sementes, além da ingestão adequada de iodo, encontrado no sal de cozinha, nos frutos do mar e certos tipos de peixes como o salmão, bacalhau, pescada e cavala.

Além de bons hábitos alimentares, a prática regular de exercícios também contribui para a prevenção do hipotireoidismo.

Hipotireoidismo na Gravidez

O hipotireoidismo é uma condição comum na gestação, que quando não percebida a tempo pode resultar em complicações para mãe e bebê.

Hipotireoidismo na Gravidez

É importante ter atenção aos sintomas já descritos acima e realizar o acompanhamento pré-natal, para identificar quadros de hipotireoidismo gestacional. Em caso de dúvidas consulte um médico especialista.

A detecção e tratamento correto da doença durante a gravidez é imprescindível, porque ela pode desencadear sangramentos, pré-eclâmpsia (hipertensão arterial), déficits intelectuais no feto e o seu parto prematuro.

Após o nascimento e ainda na maternidade, são feitos os exames de triagem neonatal, cujo mais famoso é o Teste do Pezinho. Através da análise de uma gota de sangue do bebê é possível diagnosticar hipotireoidismo congênito.