Torus Mandibular

O torus mandibular é uma condição óssea intrigante que, apesar de não ser amplamente conhecida fora dos círculos médicos e odontológicos, apresenta características distintas e implicações clínicas que merecem atenção. Este crescimento ósseo benigno na mandíbula pode variar significativamente em tamanho e forma, e embora muitas vezes seja assintomático, pode influenciar várias facetas da saúde bucal e do bem-estar do paciente. 

Continue a leitura e saiba tudo sobre essa condição com a Dra. Christiana Vanni, médica especialista em cabeça e pescoço e no tratamento do torus mandibular.

O que é Torus Mandibular?

Torus mandibular é um exostose, ou seja, um crescimento ósseo adicional, localizado na superfície interna da mandíbula, próximo às raízes dos dentes molares inferiores. Geralmente, o torus mandibular apresenta-se de forma bilateral, mas também pode ocorrer de forma unilateral. A condição é normalmente descoberta durante exames dentários de rotina ou radiografias, devido à sua natureza geralmente assintomática.

Torus Mandibular é câncer?

Não, o torus mandibular não é câncer. É uma condição benigna que envolve o crescimento ósseo na mandíbula, geralmente na área interna próxima às raízes dos dentes molares inferiores. Esse crescimento é composto por osso normal e não é maligno. O torus mandibular é considerado uma variação anatômica dentro do espectro normal e não está associado a nenhum tipo de câncer.

Torus Mandibular: causas e fatores de risco

A etiologia exata do torus mandibular permanece incerta, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e funcionais esteja envolvida. Alguns estudos sugerem uma predisposição genética, observando uma prevalência maior em certas famílias e populações. 

Fatores ambientais, como dieta e hábitos de mastigação, também podem desempenhar um papel, especialmente aqueles que promovem o uso excessivo ou irregular da mandíbula.

Torus Mandibular e bruxismo

A relação entre torus mandibular e bruxismo não é claramente estabelecida, mas existe uma teoria de que o estresse mecânico causado pelo bruxismo possa contribuir para o desenvolvimento do torus mandibular em alguns indivíduos. O bruxismo, que envolve o ranger ou apertar dos dentes, pode aumentar a pressão na mandíbula e, teoricamente, estimular o crescimento ósseo como uma resposta adaptativa, potencialmente levando à formação de torus mandibular em pessoas predispostas.
No entanto, é importante notar que a presença de torus mandibular em indivíduos com bruxismo não implica uma relação direta de causa e efeito, e muitas pessoas com torus mandibular não apresentam bruxismo. A evidência científica atual ainda não fornece uma conclusão definitiva sobre a conexão entre essas duas condições, sugerindo que outros fatores genéticos, ambientais e funcionais também desempenham um papel no desenvolvimento do torus mandibular.

Diagnóstico de Torus Mandibular

O diagnóstico de torus mandibular é predominantemente clínico, baseado na inspeção visual e palpação da área afetada. Radiografias ou tomografias computadorizadas podem ser utilizadas para avaliar a extensão do crescimento ósseo e excluir outras condições.

Sintomas de Torus Mandibular

Os sintomas do torus mandibular podem variar consideravelmente entre os indivíduos, dependendo do tamanho, localização e crescimento do torus. 

Em muitos casos, a condição é completamente assintomática, sendo descoberta acidentalmente durante exames odontológicos de rotina. No entanto, quando os sintomas ocorrem, podem incluir:

• Desconforto ou Dor: Embora raro, o torus mandibular pode causar desconforto ou dor, especialmente se houver irritação de tecidos moles adjacentes por trauma ou fricção, como quando se mastiga alimentos duros ou durante a escovação.

• Dificuldades de Mastigação e Fala: Em casos onde o torus é particularmente grande ou mal posicionado, pode interferir na mastigação normal e na articulação de palavras, afetando a fala do indivíduo.

• Problemas com Próteses Dentárias: Os indivíduos com torus mandibular podem enfrentar dificuldades na adaptação ou no uso confortável de próteses dentárias, incluindo dentaduras, devido à presença do osso extra que altera a anatomia normal da mandíbula.

• Sensibilidade e Ulceração: O tecido que cobre o torus pode se tornar sensível ou até mesmo ulcerar se sujeito a pressão constante ou trauma, como morder acidentalmente a área ou pelo uso de próteses mal ajustadas.

• Limitação na Higiene Oral: Em alguns casos, o torus pode dificultar a higiene oral adequada, dificultando a limpeza efetiva da região afetada, o que pode aumentar o risco de condições como gengivite ou acúmulo de placa bacteriana.

• Estética e Autoestima: Embora menos comum, a preocupação estética pode ser um "sintoma" para alguns indivíduos, especialmente se o torus mandibular for visivelmente proeminente, podendo afetar a autoestima do paciente.

Torus Mandibular é grave?

É importante notar que a presença de torus mandibular, por si só, não implica necessariamente em problemas de saúde. No entanto, em situações onde os sintomas acima são evidentes e causam desconforto significativo ou interferem nas funções diárias, é aconselhável buscar avaliação especializada do médico cabeça e pescoço para um diagnóstico adequado e discussão de possíveis intervenções.

Torus mandibular tem cura?

O torus mandibular, sendo uma condição caracterizada pelo crescimento ósseo benigno na mandíbula, não é uma doença no sentido convencional que requer "cura". Em vez disso, é uma variação anatômica que, na maioria dos casos, não leva a problemas de saúde significativos. 
No entanto, em situações onde o torus mandibular provoca sintomas ou afeta a qualidade de vida do paciente — como interferência na adaptação de próteses dentárias, dificuldade na higiene bucal, ou em casos raros, dor — a remoção cirúrgica pode ser considerada. A cirurgia, nesses casos, é efetiva em eliminar o crescimento ósseo, aliviando os sintomas e potencialmente "curando" as complicações decorrentes da presença do torus.

Tratamento do Torus Mandibular

O tratamento do torus mandibular é altamente individualizado, dependendo da presença e da gravidade dos sintomas, bem como do impacto da condição na qualidade de vida do paciente. 

Em muitos casos, não é necessário tratamento, especialmente se o torus não causar desconforto, não interferir nas funções orais e não complicar procedimentos dentários. No entanto, em situações onde o torus mandibular provoca sintomas ou afeta negativamente a saúde bucal e o bem-estar do paciente, as seguintes abordagens podem ser consideradas:

Observação e Manejo Conservador

Para torus de pequeno a moderado tamanho que não causam sintomas significativos, a abordagem mais comum é a observação. Nesses casos, o dentista pode simplesmente monitorar o torus ao longo do tempo durante os exames dentários de rotina para detectar qualquer mudança em tamanho ou forma que possa indicar a necessidade de intervenção.

Cirurgia de Torus Mandibular

A remoção cirúrgica do torus mandibular é considerada quando:

• Interfere com a colocação ou o ajuste de próteses dentárias.

• Causa desconforto ou dor recorrente.

• Complica a higiene oral, levando a um aumento do risco de doenças periodontais ou cáries.

• O paciente expressa preocupação estética ou psicológica significativa com a presença do torus.

O procedimento é geralmente realizado sob anestesia local em um ambiente ambulatorial. A técnica cirúrgica envolve a exposição do torus, seguida pela sua remoção cuidadosa, muitas vezes usando serras ou brocas especializadas para osteotomia. Após a remoção, a área é suturada para promover a cicatrização. O procedimento é relativamente seguro, mas, como qualquer cirurgia, pode carregar riscos, como infecção, sangramento ou lesão nervosa temporária.

Cuidados Pós-Operatórios

Após a remoção cirúrgica do torus mandibular, são necessários cuidados pós-operatórios adequados para garantir uma recuperação suave e eficaz. Isso inclui:

• Manutenção de uma higiene oral cuidadosa para evitar infecções.

• Uso de medicamentos para dor e anti-inflamatórios, conforme prescrito pelo cirurgião

• Seguir uma dieta macia nos primeiros dias após a cirurgia para minimizar a pressão sobre a área de cicatrização.

• Evitar atividades físicas intensas ou qualquer ação que possa impactar a região operada nos primeiros dias após o procedimento.

A decisão de remover cirurgicamente o torus mandibular deve ser tomada após uma avaliação cuidadosa dos benefícios e riscos do procedimento. Uma discussão aberta entre o paciente e o profissional de saúde bucal sobre expectativas, possíveis complicações e resultados desejados é essencial para garantir a satisfação do paciente e o sucesso do tratamento. Em muitos casos, a remoção do torus proporciona alívio significativo dos sintomas e melhora a funcionalidade e a estética da região bucal.

Especialista em Torus Mandibular

Se você tem notado sintomas ou irregularidades que podem indicar a presença de torus mandibular, indicação do seu dentista ou qualquer outra preocupação relacionada à saúde de sua cabeça e pescoço, é essencial buscar a orientação de um especialista. 

A Dra. Christiana Vanni, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, está à disposição para avaliar seu caso com atenção e cuidado. Com uma abordagem personalizada e baseada em evidências, a Dra. Christiana Vanni pode ajudá-lo(a) a entender sua condição, discutir opções de tratamento e guiá-lo(a) no caminho para uma melhor saúde bucal e bem-estar.

Agende uma consulta para dar o primeiro passo em direção ao alívio dos sintomas e à melhoria de sua qualidade de vida.