A mucosite por doença de refluxo é uma condição menos discutida, mas que pode causar desconforto significativo e impactar a qualidade de vida de muitas pessoas. Neste post, a Dra. Christiana Vanni, especialista em cabeça e pescoço, abordará os sintomas, causas e tratamentos desta condição. Vamos conhecer?
O que é Mucosite por Doença de Refluxo?
A mucosite por doença de refluxo, também conhecida como esofagite, é uma inflamação da mucosa que reveste o esôfago, podendo se estender até a boca e alcançar as vias aéreas superiores. Esta condição é frequentemente desencadeada pelo refluxo ácido do estômago, que danifica o revestimento interno do esôfago e da faringe.
Quando o ácido do estômago retorna ao esôfago e chega até a garganta, pode causar irritação significativa, levando à inflamação e erosão da mucosa. Esta condição não apenas causa dor e desconforto, mas também pode interferir na qualidade de vida do paciente.
Embora seja mais comum ouvir falar de sintomas como azia e indigestão associados ao refluxo gastroesofágico, a mucosite é uma manifestação que merece atenção especializada.
Sintomas da Mucosite por Doença de Refluxo
Os sintomas da mucosite podem variar, mas geralmente incluem:
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Aparência da língua: Pode apresentar-se vermelha, inchada e com áreas ulceradas ou cobertas por uma camada branca ou amarelada.
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Dor e queimação no peito: Conhecida como azia, frequentemente piora ao deitar ou inclinar-se para frente.
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Dor ao engolir: Uma sensação de queimação ou desconforto ao engolir alimentos ou líquidos.
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Rouquidão: A irritação causada pelo ácido pode afetar as cordas vocais.
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Tosse crônica: Reflexo devido à irritação do esôfago e da laringe.
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Sensação de algo preso na garganta: Também conhecido como globus faríngeo.
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Mau hálito: Causado pela presença de ácido no esôfago.
Causas da Mucosite por Doença de Refluxo
A principal causa da mucosite por doença de refluxo é o mau funcionamento do esfíncter esofágico inferior (EEI), que normalmente impede o ácido estomacal de subir para o esôfago. Fatores que podem debilitar ou relaxar o EEI incluem:
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Alimentação inadequada: Consumo excessivo de alimentos gordurosos, picantes, café e álcool.
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Obesidade: Aumenta a pressão no abdômen, empurrando mais ácido para cima.
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Tabagismo: Pode relaxar o EEI e também reduzir a produção de saliva, que ajuda a neutralizar o ácido.
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Gravidez: Mudanças hormonais e pressão do feto podem contribuir para o refluxo.
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Medicamentos: Alguns medicamentos podem relaxar o EEI ou irritar diretamente o esôfago.
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Radioterapia: A mucosite pode ser uma complicação frequente em pacientes submetidos à radioterapia, devido à irritação e inflamação das mucosas causadas pela exposição à radiação.
Diagnóstico de Mucosite
Para um diagnóstico preciso da mucosite por doença de refluxo, o especialista em Cabeça e Pescoço utiliza uma abordagem detalhada que considera a evolução clínica do paciente, suas queixas específicas, análise minuciosa das lesões e frequentemente a realização de laringoscopia. Em casos de dúvida diagnóstica, a biópsia pode ser indicada.
Evolução Clínica e Queixas
A evolução clínica da mucosite por doença de refluxo geralmente é marcada por sintomas como dor ao engolir (disfagia), sensação de queimação na garganta, rouquidão persistente, tosse crônica e, em casos mais graves, dificuldade respiratória. Os pacientes podem relatar uma piora dos sintomas após as refeições ou ao deitar-se, indicando uma possível associação com o refluxo gastroesofágico.
Análise de Lesões
O especialista em Cabeça e Pescoço realiza uma análise cuidadosa das lesões visíveis nas mucosas do esôfago, faringe e, potencialmente, das vias aéreas superiores. Isso pode incluir a identificação de áreas inflamadas, ulceradas ou com erosões, indicativas do dano causado pelo ácido estomacal que retorna.
Laringoscopia
A laringoscopia é um procedimento fundamental no diagnóstico da mucosite relacionada ao refluxo. Através deste exame, o médico pode examinar diretamente as estruturas da laringe e faringe, utilizando um pequeno endoscópio, às vezes flexível, inserido pela boca do paciente. Esse procedimento permite uma visualização detalhada das lesões mucosas, facilitando o diagnóstico preciso e orientando o plano de tratamento.
Biópsia em Casos de Dúvida Diagnóstica
Em situações onde há incerteza quanto ao diagnóstico, a biópsia pode ser realizada para obter uma amostra do tecido lesionado. Esta amostra é então analisada em laboratório para confirmar a presença de inflamação, erosão ou outros sinais característicos da mucosite por doença de refluxo, ou outra causa.
É importante destacar que a mucosite por doença de refluxo e a leucoplasia podem apresentar características clínicas semelhantes. Enquanto a mucosite é uma inflamação reversível da mucosa, a leucoplasia é uma condição pré-cancerígena caracterizada por placas brancas espessas que não podem ser raspadas e que apresentam risco aumentado de transformação maligna.
Para diferenciar entre as duas condições, é essencial uma avaliação clínica cuidadosa, muitas vezes complementada por biópsia e exames histopatológicos, realizados pelo especialista em Cabeça e Pescoço.
Tratamentos para Mucosite por Doença de Refluxo
O tratamento da mucosite por doença de refluxo envolve uma abordagem multifacetada que inclui medidas medicamentosas, orientação para dieta saudável, ajustes no estilo de vida, acompanhamento preventivo e manejo de infecções oportunistas, como a candidíase.
O tratamento da mucosite causada pelo refluxo gastroesofágico por meio de laser é uma abordagem inovadora que visa reduzir a inflamação e promover a regeneração tecidual da mucosa esofágica. A terapia a laser de baixa intensidade (LLLT, do inglês Low-Level Laser Therapy) é amplamente utilizada devido às suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e bioestimulantes, proporcionando alívio dos sintomas dolorosos e acelerando o processo de cicatrização. O laser atua diretamente sobre as células afetadas, melhorando a microcirculação e aumentando a produção de ATP (adenosina trifosfato), essencial para a reparação celular.
Tratamento Medicamentoso
Redução da Acidez Gástrica
Medicamentos como os inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol) ou os antagonistas dos receptores H2 (ranitidina, famotidina) são frequentemente prescritos para reduzir a produção de ácido no estômago. Isso ajuda a minimizar o refluxo ácido que causa irritação na mucosa do esôfago e da faringe.
Protetores Gástricos
Além dos medicamentos para reduzir a acidez, protetores gástricos como o sucralfato podem ser utilizados para criar uma barreira protetora sobre as áreas lesionadas da mucosa, promovendo a cicatrização.
Orientação de Dieta
Evitar Alimentos Irritantes
Recomenda-se evitar alimentos e bebidas que possam aumentar o refluxo ácido, como alimentos picantes, cítricos, chocolate, café e bebidas alcoólicas.
Refeições Menores e Mais Frequentes
Optar por refeições menores e mais frequentes pode ajudar a reduzir a pressão sobre o esfíncter esofágico inferior e minimizar o refluxo.
Estilo de Vida
Elevação da Cabeceira da Cama
Elevar a cabeceira da cama em alguns centímetros pode ajudar a prevenir o refluxo durante o sono, mantendo o ácido no estômago.
Evitar Fumar
O tabagismo pode piorar os sintomas de refluxo, pois enfraquece o esfíncter esofágico inferior.
Acompanhamento Preventivo
É essencial realizar consultas de acompanhamento regular com o especialista em Cabeça e Pescoço para avaliar a resposta ao tratamento, realizar ajustes necessários e monitorar a cicatrização das lesões mucosas.
Tratamento de Infecções Oportunistas
Caso surjam infecções oportunistas como a candidíase oral devido à mucosite, podem ser prescritos antifúngicos tópicos ou sistêmicos para controlar a proliferação de fungos e promover a cicatrização das lesões.
A mucosite por doença de refluxo é uma condição tratável que requer uma abordagem cuidadosa e personalizada. O tratamento com laser de baixa intensidade (LLLT, do inglês Low-Level Laser Therapy) é uma estratégia inovadora para reduzir a inflamação e promover a regeneração tecidual da mucosa esofágica. Sessões periódicas de tratamento com laser são essenciais para a redução eficaz da inflamação e da dor, pois promovem a continuidade dos efeitos terapêuticos, como a diminuição da resposta inflamatória e o alívio da dor crônica. A regularidade das sessões garante a manutenção dos benefícios bioestimulantes do laser, que incluem a melhoria da microcirculação e a aceleração do processo de reparação tecidual. Além disso, a terapia contínua potencializa a regeneração celular e a produção de colágeno, contribuindo para uma recuperação mais rápida e duradoura, o que é crucial para pacientes com condições inflamatórias persistentes. Estudos clínicos têm demonstrado a eficácia e segurança desse tratamento, tornando-o uma opção viável e promissora para pacientes que sofrem com as complicações da mucosite associada ao refluxo.
Médico Especialista em Mucosite
A Dra. Christiana Vanni, especialista em cirurgia oncológica de cabeça e pescoço, é reconhecida pela sua capacidade de diferenciar entre diferentes condições, garantindo diagnósticos precisos e aplicando tratamentos eficazes para seus pacientes.
Não ignore os sintomas da mucosite por refluxo, uma intervenção precoce pode prevenir complicações futuras e melhorar significativamente a sua qualidade de vida. Agende sua consulta!
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Texto escrito por:
Dra. Christiana VanniMédica Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço
CRM/SP 120.060 - RQE 31.305
A Dra. Christiana Vanni é Médica Cabeça e Pescoço especialista em cirurgia e tratamentos oncológicos pela FMABC, pós graduada em Cirurgia Robótica de Cabeça e Pescoço pelo Hospital Israelita Albert Einstein, possui título de Doutorado pela FMUSP.
Cirurgia Robótica, Reconstrução e Tratamentos Oncológicos
Excelência em diagnósticos e tratamentos precisos, com técnicas cirúrgicas modernas e tecnologia de ponta.
Atendimento particular nos consultórios da Vila Mariana e Itaim Bibi e também na modalidade on-line, para pacientes em todo o Brasil e exterior. Credenciada nos melhores hospitais de São Paulo/SP, com ampla atuação na cidade.
Perfil: Conheça a Dra. Christiana Vanni
Currículo Lattes:
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Doctoralia: https://www.doctoralia.com.br/christiana-vanni
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