De tempos em tempos surgem alimentos "milagrosos" na mídia para fazer a glândula tireoide, que dita o ritmo do nosso corpo, funcionar corretamente. Na maioria das vezes, muitas dessas receitas não tem comprovação científica, nem trazem resultados efetivos. Pensando nisso, vamos falar sobre quais ajustes no cardápio repercutem mesmo no comportamento da tireoide e trazem benefícios para a disposição, humor e peso.

Iodo: Consumo Controlado

O iodo é o principal ator envolvido no equilíbrio dos níveis de T3 e T4, dupla de hormônios da tireoide. A principal fonte de iodo é o sal de cozinha e isso é tão importante que desde 1974 existe uma lei federal que determina que esse mineral seja acrescentado aos grãos brancos no Brasil. Essa é uma medida preventiva à formação do bócio (chamado popularmente de "papo"), uma condição que aumenta o tamanho da glândula e pode interferir na sua função.

Além do sal, é possível encontrar o iodo nos frutos do mar e em alguns tipos de peixes como o salmão, o bacalhau, pescada e cavala.

As recomendações de ingestão diária de iodo são:

• 0 a 7 anos de idade: 90mcg (microgramas);
• 7 a 12 anos de idade: 120mcg;
• Mais de 12 anos de idade: 150mcg;
• Grávidas ou lactantes: 200 a 250mcg.

Zinco e Selênio: Importantes Aliados da Tireoide

Algumas pesquisas detectaram baixos índices de zinco em pacientes com hipotireoidismo subclínico (um estágio assintomático da doença) e a partir de então os cientistas vêm estudando a relação desse nutriente com o trabalho da tireoide. O zinco está presente em alimentos como carnes e peixes, castanhas e sementes. Inserir o zinco na dieta também promove a melhora da imunidade, da cicatrização da pele e previne doenças do coração.

A recomendação de ingestão diária de zinco é de 15mg, sendo que nos alimentos abaixo você encontra:

• Carnes e pescados: de 4 a 7,7mg (em 100g);
• Castanhas e nozes: de 2,1 a 4,7mg (em 100g).

Sabe-se que o selênio também possui um papel importante no funcionamento da glândula. A tireoide é a parte do corpo onde existe a maior concentração desse mineral, e é lá que ele atua como um escudo, protegendo o tecido glandular de inflamações e ataques de agentes externos. O selênio atua ainda na conversão de T4 em T3 (hormônio ativo nos músculos e no sistema nervoso).

As recomendações de consumo diário de selênio são:

• Adultos: 55mcg;
• Gestantes: 60mcg;
• Lactantes: 70mcg.

As principais fontes de selênio e quantidades presentes do mineral são:

• Castanha do Pará: 27,4 mcg/unidade;
• Carnes e pescados: de 2,8 a 80,9mg (em 100g);
• Feijão-preto: 11,9mg (em 100g).

Basta comer 2 castanhas do Pará por dia para suprir a necessidade diária de selênio, e deve-se cuidar para não a comer em excesso, pois seu consumo exagerado pode aumentar o risco para diabetes tipo 2, além de outras complicações como diarreias e hemorragias decorrentes de um quadro infeccioso conhecido como selenose.

Alimentos Antioxidantes

Os radicais livres estão relacionados a diversas doenças como câncer, Alzheimer e nem a tireoide escapa de sua ação. Essas moléculas são produzidas a partir de atividades comuns do corpo humano como respirar e se exercitar, ou de fatores externos como a poluição e a radiação solar. Quando o corpo não consegue neutralizá-las ocorre um estresse oxidativo, que danifica as células saudáveis.

Os famosos antioxidantes executam uma tarefa necessária nesse processo, pois ajudam a regular a quantidade dos radicais livres.

Os antioxidantes estão presentes na vitamina C das frutas cítricas, no selênio da castanha, nos flavonoides do morango, frutas vermelhas e arroxeadas, no abacate e na abóbora.

Como não existe uma recomendação diária de consumo de antioxidantes, a sugestão é consumir 5 porções de frutas e vegetais por dia.

Conclusão

Não existem alimentos milagrosos para a tireoide, mas é comprovado que adotar uma alimentação saudável e balanceada, rica em fibras, com ingestão controlada de iodo, selênio e alimentos antioxidantes, além da prática regular de exercícios físicos, promove um bom funcionamento da glândula, reduzindo a chance de desenvolver doenças como bócio, hipertireoidismo e hipotireoidismo.

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