Carcinoma Papilar da Tireoide

e Outros Tipos de Carcinomas

O câncer de tireoide engloba diversos tipos, cada um com suas peculiaridades e desafios. A Dra. Christiana Vanni, especialista em cabeça e pescoço com vasta experiência em cirurgias oncológicas da tireoide, dedica-se a proporcionar diagnósticos precisos e tratamentos eficazes, garantindo informação detalhada e transparente aos seus pacientes e leitores.

Neste post, a Dra. Christiana Vanni explicará quais são os diferentes tipos de carcinomas da tireoide, focando especialmente no carcinoma papilar, e seu tratamento.

O Que São Carcinomas da Tireoide?

Os carcinomas da tireoide são tumores malignos que se originam nas células tireoidianas. A glândula tireoide, localizada na frente do pescoço, tem um papel importante no organismo, pois é responsável por regular numerosas funções metabólicas por meio de hormônios.

Carcinoma Papillar: O Mais Comum dos Carcinomas da Tireoide

O carcinoma papilífero (CPT), também conhecido como carcinoma papilar da tireoide, é o tipo mais comum de câncer de tireoide, representando cerca de 80% de todos os casos de câncer tireoidiano.

Este tipo de tumor possui crescimento lento e é, na maioria dos casos, tratável com sucesso. A maioria dos pacientes diagnosticados com carcinoma papilífero tem um excelente prognóstico, especialmente quando detectado precocemente.

Quais são as causas desse tipo de câncer?

O carcinoma papilífero da tireoide frequentemente surge devido a alterações genéticas, incluindo mutações no gene BRAF e rearranjos no RET/PTC. Essas mutações conduzem a uma proliferação celular desregulada e malignidade, ou seja, quando células anormais crescem nesta glândula, formam-se tumores que resultam no câncer de tireoide.

Fatores de risco para o carcinoma papilífero incluem exposição à radiação ionizante, histórico familiar de câncer de tireoide e, em menor grau, deficiências nutricionais de iodo.

Sintomas e Diagnóstico do Carcinoma Papilífero

Muitas vezes, o carcinoma papilífero da tireoide não apresenta sintomas evidentes. Quando sintomático, pode manifestar-se como um nódulo no pescoço, dificuldade de engolir ou mudanças na voz.

Para saber mais sobre os sintomas do câncer de tireoide, clique aqui. [link para o novo post de sintomas de CA tireoide]

O diagnóstico do carcinoma papilífero geralmente começa com um exame físico seguido por ultrassonografia tireoidiana, um exame de imagem que pode identificar nódulos suspeitos. A confirmação diagnóstica é obtida através de uma biópsia por agulha fina (PAAF), que permite a análise citológica (das células) do nódulo.

Ultrassonografia Câncer de Tireoide

Ultrassonografia Câncer de Tireoide

Ultrassonografia Câncer de Tireoide

Ultrassonografia Câncer de Tireoide

Laudo Câncer de Tireoide

Laudo Câncer de Tireoide

Categorias e Sistemas de Classificação

Para ajudar na avaliação e tratamento mais eficaz, é essencial entender as categorias deste carcinoma, bem como os sistemas de classificação TI-RADS e Bethesda usados em seu diagnóstico. Saiba mais a seguir.

Categorias do Carcinoma Papilífero da Tireoide

O carcinoma papilífero pode ser categorizado com base em suas características morfológicas e comportamentais, existem muitos tipos e os mais comuns são:

1. Carcinoma Papilífero Clássico: A forma mais comum, caracterizada por estruturas papilares revestidas por células com núcleos órficos ("núcleos de olhos de vidro").

2. Variante Folicular: Apresenta padrão predominantemente folicular com as mesmas alterações nucleares do tipo clássico.

3. Variante de Células Altas: Caracteriza-se por células mais altas que são mais agressivas e podem ter uma resposta pior ao tratamento.

4. Variante Esclerosante Difusa: Apresenta extensa fibrose e pode ser mais difícil de diagnosticar e tratar devido à sua disseminação dentro da tireoide.

5. Variante de Células Colunares: Rara e agressiva, com células altas e estratificadas que podem invadir rapidamente estruturas vizinhas.

TI-RADS: Sistema de Classificação por Ultrassonografia

TI-RADS, que significa "Thyroid Imaging Reporting and Data System", é um sistema usado para classificar os nódulos tireoidianos baseados em imagens de ultrassom. O objetivo é padronizar os relatórios de ultrassom e fornecer recomendações sobre a necessidade de biópsias.

O TI-RADS classifica os nódulos de 1 a 5, com base em características como composição, ecogenicidade, forma, margem e presença de microcalcificações:

• TI-RADS 1: Normal.

• TI-RADS 2: Benigno.

• TI-RADS 3: Levemente suspeito.

• TI-RADS 4: Moderadamente suspeito.

• TI-RADS 5: Altamente suspeito.

Sistema Bethesda para Citologia Tireoidiana

O sistema Bethesda para relatório de citologia tireoidiana é usado para reportar resultados de biópsias de tireoide, especificamente a punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Este sistema ajuda a classificar as amostras em seis categorias diagnósticas, cada uma com uma recomendação de gestão correspondente:

• Bethesda Categoria 1: Não diagnóstico ou insatisfatório. Material insuficiente para diagnóstico.

• Bethesda Categoria 2: Benigno (normal, tratamento ou acompanhamento geralmente não necessário).

• Bethesda Categoria 3: Atipia de significado indeterminado (possível repetição da PAAF).

• Bethesda Categoria 4: Neoplasia folicular/Suspeita de neoplasia folicular (sugere-se a possibilidade de cirurgia).

• Bethesda Categoria 5: Suspeito de malignidade (alta possibilidade de câncer; considerar cirurgia).

• Bethesda Categoria 6: Maligno (confirmação de câncer; planejamento cirúrgico necessário).

O diagnóstico preciso do carcinoma papilar da tireoide e suas variantes é fundamental para o tratamento eficaz. O uso de sistemas como TI-RADS e Bethesda permite aos médicos e pacientes uma compreensão mais clara das opções terapêuticas e da gestão clínica.

Se você está preocupada(o) com a saúde da sua tireoide ou precisa de mais informações, a Dra. Christiana Vanni está à disposição para avaliações precisas e tratamento personalizado. Entre em contato para uma consulta detalhada.

Como Tratar o Carcinoma Papilífero de Tireoide?

O tratamento para o carcinoma papilífero da tireoide deve ser avaliado caso a caso, podendo ser necessário realizar a cirurgia para remover a apenas parte afetada da glândula (cirurgia parcial) ou remover toda a tireoide (cirurgia total), um procedimento conhecido como tireoidectomia. Para saber como é feita a tireoidectomia, clique aqui.

Dependendo do estágio do câncer, tratamentos adicionais como remoção dos linfonodos (cirurgia de esvaziamento cervical), terapia com iodo radioativo e terapia hormonal também podem ser necessários para eliminar quaisquer vestígios de células cancerígenas e suprimir a produção de hormônios tireoidianos que poderiam estimular o retorno do câncer.

Outros Tipos de Carcinomas da Tireoide

Além do carcinoma papilar, existem outros tipos de câncer de tireoide:

Carcinoma Folicular

O carcinoma folicular é o segundo tipo mais comum de câncer de tireoide, representando cerca de 10% a 15% de todos os casos. Ele é preocupante por sua capacidade de invadir vasos sanguíneos e tecidos vizinhos, o que pode facilitar a disseminação para órgãos distantes, como pulmões e ossos (metástase).

Metástase Pulmonar

Metástase Pulmonar

Metastase na Articulação Esterno Clavicular

Metastase na Articulação Esterno Clavicular

Embora compartilhe muitas características histológicas e clínicas com o carcinoma papilífero, o carcinoma folicular exige uma vigilância cuidadosa para metástases vasculares. O tratamento pode envolver tireoidectomia total, seguida de terapia com iodo radioativo para erradicar tecido tireoidiano residual e tratar metástases.

Carcinoma Medular

Originário das células C parafoliculares da tireoide, que são responsáveis pela produção de calcitonina, um hormônio que regula os níveis de cálcio no sangue, o carcinoma medular pode ocorrer de forma esporádica ou como parte de síndromes genéticas hereditárias, como a neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (NEM2). Este tipo de câncer representa cerca de 3% a 4% de todos os cânceres de tireoide.

Devido à sua origem e comportamento biológico, o carcinoma medular exige uma abordagem diagnóstica e terapêutica distinta, incluindo testes genéticos para familiares em casos hereditários e tratamento com inibidores de tirosina-quinase se houver progressão da doença após as abordagens convencionais.

Carcinoma Anaplásico

O carcinoma anaplásico é um dos tipos mais agressivos e letais de câncer de tireoide, representando menos de 2% dos casos, ainda bem. Caracteriza-se por um crescimento rápido e uma alta taxa de invasão local, com metástases frequentes a partes distantes do corpo.

Dada a sua agressividade e resistência a tratamentos convencionais como a terapia com iodo radioativo, o manejo do carcinoma anaplásico muitas vezes requer uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia, e a abordagem é frequentemente paliativa, visando melhorar a qualidade de vida e controlar sintomas.

O Câncer de Tireoide Tem Cura?

Uma das perguntas mais frequentes entre pacientes diagnosticados com câncer de tireoide é se a doença tem cura. Felizmente, a resposta é sim para a maioria dos casos.

Altas Taxas de Cura

O carcinoma papilífero, o tipo mais comum de câncer de tireoide, apresenta uma taxa de cura excepcionalmente alta, especialmente nos estágios iniciais. A eficácia do tratamento e as taxas de sobrevivência são encorajadoras, com muitos pacientes vivendo vidas longas e saudáveis após o diagnóstico. A chave para um prognóstico favorável é o diagnóstico precoce, que permite intervenções mais eficazes antes que o câncer se espalhe ou se torne mais difícil de tratar.

Fatores Que Influenciam a Cura

Vários fatores podem influenciar as chances de cura do câncer de tireoide, incluindo o tipo específico de carcinoma, o estágio em que a doença é diagnosticada, e a saúde geral do paciente. Por exemplo, enquanto carcinomas papilíferos e foliculares têm altas taxas de sucesso no tratamento, tipos mais agressivos como o carcinoma anaplásico podem ser mais desafiadores e exigem abordagens terapêuticas intensivas.

Acompanhamento Contínuo

Mesmo após o tratamento bem-sucedido, é fundamental fazer o acompanhamento contínuo. Revisões regulares com um especialista em tireoide ajudam a monitorar a saúde do paciente e a detectar qualquer sinal de recidiva precoce. A vigilância contínua é uma parte essencial do cuidado, garantindo que qualquer problema possa ser abordado rapidamente.

Especialista em Câncer de Tireoide

A Dra. Christiana Vanni utiliza técnicas avançadas para o tratamento de carcinomas da tireoide, com foco em curar, minimizar o impacto da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. A abordagem é sempre personalizada, baseada nas necessidades específicas de cada paciente, visando resultados efetivos e cuidados humanizados.

Agende Sua Avaliação

Se você ou alguém próximo foi diagnosticado com carcinoma de tireoide, é necessário buscar a orientação de um médico especialista. A Dra. Christiana Vanni está à disposição para avaliar e proporcionar o melhor plano de tratamento possível. Agende sua consulta para uma avaliação detalhada e orientação especializada.